quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Sol de Rugas


E de repente mais um ciclo se encerra...
Foi chegando de mansinho, sem que eu me desse conta da velocidade com que chegou.
E viver é sempre um desafio, um privilégio.
E temos que estar preparados para o tamanho do desafio que é.

As lágrimas que me condenam ao sofrimento.
Que perfura cada gota de minha existência e deixa cicatrizes.
Estas achei que me fariam sucumbir. A morte presente a cada dia.
Os olhos da águia sedento a observar a presa, os passos que o vento do deserto apagou...

O olhar inquieto e penetrante da silhueta que me fazia sonhar com o desconhecido.
O céu em noites de tormenta anunciava o prelúdio...
A brisa que toca o meu rosto já não é mais a mesma.
Ouço gritos do menino preso nas areias do tempo...

Mesmo não o compreendendo sinto que pertencemos um ao outro...
Sorrio e mergulho na paz que me invade. No silêncio que me diz tudo que preciso.
Na alegria de um coração tolo, na ingenuidade de um espírito livre...
No beijo que não acontece, no amor que morre, na flor que sorri para mim todas as manhãs.

Quando menos espero algo acontece, quando aposto alto perdido estou.
E o sonho o que é? E o sonho onde fica?
Ninguém pode dizer a você aquilo que só uma pessoa pode responder.
Vejo a alegria do menino e me deixo contagiar por ela.
Ele corre nas areias do tempo. Já não está sozinho porque sabe que será sempre a soma de alguém.

Ele corre simplesmente para sentir os pés na areia e o vento acariciar o seu rosto.
É um sábio e não sabe!
Nas pequenas coisas consiste a sabedoria.
No voo do pássaro esconde se o mistério, nas manhãs de inverno os meus dias são cinzas.

Nas tardes de outonos faço planos.
E os dias não podem ser iguais. Deve existir uma centelha mágica.
Todos os dias o flash dispara e as imagens são captadas e cooptadas;
E o que devo fazer com tudo isso? Ninguém pode responder aquilo que só uma pessoa pode dizer.
Me entrego ao inevitável, choro o inesquecível,
Sinto o presente escapando pelos meus dedos tirando de mim qualquer tipo de controle.

Um homem tem o dever de sonhar.
E na sinfonia da existência a chama nunca pode estar ausente.
O velho índio, o beduíno o que eles tem em comum?
Um homem tem o dever de amar, o direito de sonhar... Um coração velho incendeia assim como um jovem e rebelde. Um homem tem o direto de amar e o dom de sonhar.

O término é o prelúdio do novo que virá...
A vida me põe de cabeça pra baixo! E somente eu posso permanecer ali.
Viver é sempre um desafio e aceito.
O privilégio e a responsabilidade das dores e alegrias, das tormentas e calmarias.
Em algum lugar, sempre em algum lugar está o que procuro.

As nuvens sobre a minha cabeça, a gota que beija a terra. O sol a aquecer os corações.
A criança chora. Tudo se renova. O coração se aquece.
A minha alma bebe o cálice da vida. Olho para trás e aceito. Entendo o que precisa entender e deixo para trás aquilo que não me compete. Abro os braços para o universo e vejo o horizonte a minha frente.


sábado, 16 de dezembro de 2017

Sopro! ( Foi Cedo Demais )




   A vida é um sopro... O mais belo e milagroso sopro divino! A centelha mágica que nos foi presenteada pelo criador. E desde o momento em que tomamos consciência deste sopro nos agarramos a ele, nos apropriamos dessa centelha mágica como se nunca fossemos perde-la. No ventre de nossa mãe somos consciência em outros corações, somos o sagrado, a magia incandescente do universo que chamamos amor. A vida que pulsa, que trás nas veias o DNA da centelha divina nos proporcionando encontros e despedidas. Momentos difíceis em diversas situações, outros tão especiais que parecem que não acabarão nunca, mesmo que no fundo saibamos que findará... Hoje é o momento mais precioso que temos, penso em minha ignorância que fomos escolhidos para estarmos aqui, desde o coito, o momento fecundo, um gesto de amor ou não e a vida se propaga.
Por ser tão preciosa a vida tem seus mistérios, toda essa preciosidade nos prova a todo tempo a nossa fragilidade diante dela. A todo o momento ela nos escancara o nosso maior medo... A cada segundo ela nos prova que vivemos como se fossemos “imortais”. E que vivemos em busca de uma “imortalidade inexistente”, pelo menos nessa vida, nessa matéria, neste corpo.

   Mas como se preparar para a mortalidade? Como se preparar quando tão precoce e violentamente ela é interrompida? Quando nos damos conta que aquele momento foi o único e último, que nos despedimos da pessoa sem saber, (ainda ontem mesmo falei com ele) que o momento fatal viria logo em seguida. E todos os sonhos morrem ali... No acidente, na enfermidade, na fatalidade da existência que nos torna impotentes diante de tais circunstâncias.
   
E tudo que nos resta é a dor da perda, a inconformidade com a própria vida, com Deus e os por quês? Por que Deus ou a vida me tirou tão cedo alguém que tanto amo? Não somos capazes de entender os desígnios de Deus. E tampouco encontramos explicação para tais tragédias... Apenas sofremos a perda, sentimos a dor que só quem passa sabe e aceitamos nossa fragilidade. O coração cheio de dor procura conforto com os que estão ao lado, nossos amigos e familiares, em nossa pequenez humana tentamos uns confortar os outros com uma palavra amiga, um abraço, um gesto fraterno...
   
   Sim a vida tem seus mistérios e por ser tão preciosa é rápida demais... Um piscar de olhos, um segundo ela nos dá a maior alegria e com a mesma velocidade nos causa a maior dor. Num segundo a criança chora ao vir ao mundo, o milagre se faz presente, e choramos de alegria e no outro o ciclo termina sem a nossa permissão e choramos de tristeza, dor... Como uma bênção e uma maldição choramos no inicio e no final. O que nos resta afinal? O meio? O espaço entre o inicio e o fim que escrevemos em uma folha em branco nossa história? O livro que escrevemos e que nunca queremos acabar. O livro da vida... Alguns têm muitos capítulos outros poucos, a preciosidade se faz presentes em ambos. E o capitulo final é o que nos une, é que o que nos torna iguais, frágeis, impotentes, HUMANOS!


   Nos agarramos tanto a vida, nós a queremos tanto. Estamos tão acostumados com a presença física das pessoas que amamos que só de pensarmos a não existência das pessoas já nos deixa em pânico! E quando inesperadamente Deus nos tira essa pessoa é o pior dos sentimentos... O da Perda! Por que perdemos as pessoas que amamos? Por que Deus nos tira quem mais amamos? Por que as pessoas que amamos morrem? Como seria bom se elas não morressem! Já me fiz estas perguntas diversas vezes e nunca encontrei uma resposta. Porque não temos capacidade de entender plenamente os desígnios de Deus! A vida nos é “emprestada” essa é a única certeza que temos e que possamos preencher os espaços em branco que nos é dado pelo criador da melhor maneira. Que possamos eternizar os bons momentos em nossos corações dos que foram, e seguir nossos caminhos até que se complete a nossa missão aqui.   



sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Perdão. Uma Dádiva De Deus ( Que venha 2017 )


   Mais um ano está encerrando... Mais um ciclo se completará nas próximas horas. Reflito sobre as minhas ações ao longo do ano e tento neste balanço aprender e corrigir, manter e aprimorar, reviver e crescer, amar e perdoar. Hoje penúltimo dia do ano delibero sobre algumas atitudes que não desejo ter no ano que está pra nascer. Gratidão uma palavra amiga, irmã que sempre está presente e que muitas vezes não enxergamos. Sei que ela sempre esteve ali esperando por mim e muitas vezes a ignorei. Gratidão a Deus por me permitir o fôlego chamado vida, as pessoas que convivi e que contribuíram muito em minha caminhada, uns mais outros menos, mas todos tiveram a sua importância na construção deste ciclo.
   Esse ano particularmente perdi muito tempo com mágoas e ressentimentos que me fizeram muito mal... E por mais que eu soubesse que guardar mágoa é o mesmo que "beber veneno e esperar que o outro morra”, não consegui me livrar deste sentimento ruim muito fácil. Embora eu tenha conseguido superar e me livrar dele, mas o preço que paguei foi alto e como tudo na vida tem um preço, hoje chego a conclusão de que o preço pago foi alto demais. Perdi muito TEMPO  para virar esta página! TEMPO o bem mais precioso que tenho! E tudo que permito que me faz perdê-lo é um preço alto demais. Às vezes paro pra pensar e acho que o tempo que perdi foi o necessário pra que eu pudesse superar os ressentimentos. Mas se pensar assim tirarei de meus ombros a responsabilidade sobre os meus atos. E por isso digo que me maltratei mais que o necessário porque demorei a agir, demorei a mudar, e isso é de minha inteira responsabilidade.
   Chego a mais um ano em minha existência com a certeza de que os momentos mais felizes que vivi consistiu nas coisas mais simples. Que preciso melhorar muito enquanto ser humano, que a cada dia sei menos do que imagino saber...Que o processo de evolução demanda muitas renúncias, que o tempo e a vida nem sempre caminham lada a lado, pois podemos acrescentar muita vida em pouco tempo e podemos ter muito tempo sem vida. Aprendi a não criar tantas expectativas nas pessoas, esperando que elas ajam como eu agiria, afinal cada ser é único. Tem coisas que parecem óbvias mas que custamos a aprender por acreditar nas mentiras que dizemos a nós mesmos.
   O perdão ainda continua sendo a decisão mais difícil de se por em prática. É ter um gesto de grandeza e evoluir muito como ser humano e confesso que em 2016 não consegui viver esta decisão em sua plenitude. E será a minha meta pessoal ( uma delas ) a perseguir no ano que se inicia. O perdão é mais que um gesto de renúncia, é um gesto de amor a si mesmo, ao próximo e a vida que celebra com os corações que perdoam.
   Que em 2017 eu consiga decidir perdoar com mais facilidade, que o processo seja menos doloroso. Que eu não deixe de me encher de amor e somente um coração cheio de amor é capaz de se libertar de amarras e perdoar. Que não deixe de aprender, de compartilhar, de praticar a empatia. Que a fé se renove em meu coração, graças aos céus pelo dom da vida, e que eu consiga aproveitar melhor o tempo finito que Deus me concede a cada dia. Que a cada manhã eu abrace a vida com um entusiasmo de uma criança, que eu consiga ser um filho, irmão, amigo, trabalhador, um homem melhor do que consegui ser aqui.
   Que não perca nunca a esperança, a fé e que acima de tudo continue trilhando um caminho de evolução, admitindo as falhas, os erros e agindo pra poder melhorar o que cabe a nós mesmos. Chamando pra mim a responsabilidade que me cabe e aliviando os ombros de Deus.
   Que venha 2017 e que a centelha divina habite em meu coração, e que eu possa evoluir, crescer nunca esquecendo quem eu sou, pois uma árvore pode trocar de folhas, mas não suas raízes. Feliz Ano Novo!




terça-feira, 1 de março de 2016

As Vezes É Preciso Morrer...

   As vezes é preciso morrer... Para continuar vivendo!
Digo mais... Sempre é preciso morrer para continuar a viver... A cada dia um pedacinho de mim se vai, uma célula morre, uma linha se desenha no rosto. E trás consigo a experiência, vivencias que ora tortuosas ora virtuosas, e que cada uma delas se transforma naquilo que buscamos diariamente: Autoconhecimento, domínio, equilíbrio.
   Lembranças trágicas, alegres, dias brancos, folhas de papel a preencher...Encaro o hoje de frente como nunca tinha encarado antes. Sinto que a cada dia tenho a obrigação de não me repetir, e caso isto aconteça que eu perceba o instante diferente que se tornou mágico diante de mim.
   Não esperar pode ser a chave do sucesso, como também a espera pode ser a maturação necessária. Nessa constante transformação que me permito, e que pretendo seguir assim até o dia do último suspiro me pergunto: Como seguir em constante "mutação" sem perder a minha essência?
   Cada vez que me permito descartar ideias que me foram passadas como absolutas ao longo de anos, conceitos que simplesmente acreditei sem questionar, e os substituo por outros que acredito e fazem todo sentido pra mim estou mudando sem perder a minha essência.
   A alegria de ontem transformou-se no veleiro sombrio e triste no mar da solidão...Assim como este mesmo veleiro transformou-se em um barquinho cheio de sonhos dourados navegando no riacho entre as montanhas onde o tudo é nada e o nada é tudo. Onde o sorriso se mistura com a força da natureza e o homem acredita que o propósito de sua vida é ser feliz e que nada nem ninguém pode tirar dele esta chance, a não ser ele mesmo.
   É preciso morrer para continuar vivendo! É preciso deixar morrer os preconceitos, as ideias ultraconservadoras, a intolerância, a falta de respeito ao próximo. Para que um novo ser possa nascer sem preconceitos, sem amarras, para poder trilhar o caminho evolutivo tão necessário a nossa existência.
   Não sei se estou no caminho certo, e é essa incerteza que faz com que o caminho se torne interessante. Até aqui para mim tem sido o 'certo', pois cada individuo trava a sua própria busca. Luta contra a sua guerra interior e aperfeiçoa o guerreiro sedento dentro do peito. Controla a ansiedade adquirida, sente adrenalina na iminência do perigo e age com sabedoria quando já entendeu o que precisa ser feito. E mesmo que não saiba assume o risco de suas escolhas.
  


  

       

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

ADEUS QUINZE, QUE VENHA O DEZESSEIS!

   E o quinze junto com o dois mil se vão. Assim como também as expectativas, as esperanças e todas as emoções que foram ou não vividas. Passou tão rápido! E como passa rápido, como um beijo roubado. Um piscar de olhos, e cá estou novamente no ultimo dia do ano! Deliberando sobre o ano que em algumas horas nos despediremos um do outro. Acontecimentos ruins tornaram o quinze bem difícil pra mim. Pela primeira vez na vida, mergulhei em tormentas nunca antes navegada... A perda deixou cicatrizes intensas em minha alma... E tenho certeza de que nunca mais serei o mesmo. O que de certa forma é algo muito positivo, se pensar que aprendi uma grande lição. E todo aprendizado demanda uma nova maneira de enxergar o mundo e a si mesmo quando se realmente aprende a mensagem que a perda quis dizer. Quando lembro ainda sinto o gosto amargo. Não é fácil lidar com perdas... Mas quem disse que a vida é fácil?
   E não só de perdas e tristezas se vive um ano. O Quinze também me trouxe vitórias, superação. Graças a Deus e os avanços da medicina operei de um cisto no palato que nasceu grande e agressivo. Fui tratado por dois profissionais que não mediram esforços para minorar as minhas preocupações, a lesão e garantir o sucesso da cirurgia. Obrigado Drs. Márcio e Jorge. Também realizei um sonho, me profissionalizando na arte de interpretar. Ficamos um mês em cartaz com a peça O Rinoceronte na Cia de Teatro Contemporâneo ( onde me formei ).  Além de me tornar um ator profissional ainda fui premiado com mais duas apresentações uma do Festival Arlequim no teatro Princesa Isabel e a outra participação da IX Mostra Estudantil de Teatro no Centro Cultural Banco do Brasil junto com meus companheiros formandos. Foi Maravilhoso.
   Chego ao último dia do ano com a sensação de que apesar das situações difíceis que passei, e que não foram nem um pouco fáceis de superar. Sinto que estou no caminho certo. Ainda acredito no ser humano, talvez não mais com tamanha intensidade como antes. Como disse anteriormente toda lição que aprendemos demanda uma mudança de comportamento, crença e etc.
   Acima de tudo 2015 me ensinou a perder a "inocência" de acreditar nas pessoas. Não que hoje eu não acredite mais em ninguém não é isso, mas já sou mais desconfiado. Isso de certo modo é ruim, mas dado o mundo em que vivemos é necessário. Também aprendi a ser mais moderado, sem radicalismos, e acima de tudo aprendi que pra fazer um bom julgamento eu preciso sempre me perguntar se tenho condições morais e éticas para tal. Ou seja para que eu julgue alguém eu tenho que ser melhor do que ela.
   Agradeço muito a Deus que me manteve de pé diante da tempestade. E que me deu saúde para saborear a bonança. A minha família que é a minha base de tudo que sou. Aos meus queridos amigos que fizeram destes 365 dias inesquecíveis, pois rimos, choramos, brincamos, compartilhamos, aprendemos uns com os outros.  
   Que o ano que se inicie nós tenhamos a coragem de tomar atitudes proativas. Que sejamos a mudança que queremos ver no mundo. E que a inércia esteja bem longe de nós. Que paremos de culpar só os governantes e examinemos as nossas atitudes e as mudamos para melhorarmos enquanto seres humanos. Começamos hoje para mudar o amanhã!  
   Não farei nem uma promessa de fim de ano. Aliás farei uma única, que na verdade ela é uma filosofia de vida pra mim. A única coisa que quero prometer a mim mesmo, é que vou tentar sempre ser feliz sempre. Este é o único pecado que não quero cometer, o de não tentar ser feliz... O resto passa e fica o aprendizado. E que venha 2016! 


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Voo Da Gaivota

Posso ouvir a sua voz numa linda manhã
Quando o canário canta....
Meus dias parecem infinito, dentro do finito que foi você em minha vida
A gaivota solitária no firmamento nublado, a leve brisa que entra pela janela
Quem sou eu? Nesse turbilhão de memórias recentes, e tão profundas...
Ah! Doce menina... Você se foi... E eu aqui parado no tempo,
Sem saber o próximo passo, preso nas armadilhas da vida...

Tenho certeza de que o novo sempre vem
E que nunca será igual, a imagem congelada no tempo
Rosas negras decoram meu jardim
Duzentos dias não fizeram diferença,
A inocência nunca morre no coração dos que verdadeiramente amam.

Caminho sem sair de casa... Por pradarias distantes divago...
Ofereço-me a vida, para que ela me ofereça,
Vejo os moinhos da felicidade que passou, me abraço a tempestade e me deixo guiar por ela;
Quem sou eu nesta existência....? O balão cheio de ar....
O pulmão a respirar... Estradas que se cruzam no infinito...

A vida é um labirinto, mas o céu azul me distrai...
Retângulos de concreto, guardam segredos
Pássaros sobrevoam em minha janela,
Para onde vou? Senão mergulhar nas entranhas do meu coração.

Posso, quero, ouço... O quê? Meu Deus!
Um poema branco, um dia lírico.
Sois carne e ventre,
Alma e coração.
Sois o alimento que alimenta o poeta
A porta que se abre em dias cinzas, a minha doce e pequena ilusão.

Canto ao luto, aplauso ao tributo
Chove no reino da magia, lágrimas de sal banham o solo
As flores caem em meu colo,
Sinto a dor que julguei estar livre, e vejo que o livre não há.
Nos olhos que um dia tive a chance de cruzar
Saudade apenas, mais um elemento
A Ilusão que o homem criou
Com as bençãos de Deus e com a força da natureza.

Tenho certeza que o novo sempre vem, mas nunca será igual
A imagem congelada no tempo!




sábado, 14 de novembro de 2015

Execução Cirúrgica ( Profetas do Apocalipse )

   De repente o click da arma e estampido de vários disparos. O alvo, ou melhor os alvos... Corpos Humanos! Vidas que são ceifadas no " Vídeo Game " da vida real. É a estupidez humana no seu auge, é a comemoração em detrimento da Barbárie que se espalha ao redor. Vidas que são ceifadas sem nem ter lhe dado a chance de defesa.
   É lamentável que a  intolerância, falta de respeito as diferenças, o extermínio as minorias e/ou ódio as maiorias, falta de amor ao próximo sobrepujem o diálogo, o acordo, a paz alimentando a indústria da guerra. Causando tanta dor, tanto terror, tanto sofrimento... Soldados da guerra, da crueldade se transformam-se em deuses e decidem quais vidas devem continuar existindo. Sentindo-se autossuficientes o bastante a ponto de esquecer que são humanos...Que são feitos da mesma matéria, que uma doença poderá sucumbi-los, que vivemos no mesmo planeta e que como irmãos da mãe terra podemos nos respeitar e contribuir para o crescimento de cada um.
   AK, Famas, FN Scar, HK são alguns dos protagonistas desta barbárie, heróis dos mil tiros por minuto, alvos rápidos e certeiros, corações,almas e mentes... Não há quem resista a constante troca de pentes. E seguimos clamando por justiça, segurança, paz e elas estão tão distantes que fazem com que confundimos justiça com vingança, segurança com cada cidadão armado para prover a sua própria, e a paz com inimigos mortos!
   Temos que nos sensibilizar com todo e qualquer tipo de injustiça seja ela catástrofes provocadas por no mínimo negligência ( caso Mariana - MG ), ou armada que acontece no planeta, desde policias que nas ruas tiram vidas sem ser em confronto, sentindo-se juízes e/ou deuses para decidir quem vive e quem morre sem passar por um julgamento conforme  a lei. Ainda que a lei seja em minha opinião branda, e não tenho a menor dúvida de que é preciso muda-la, tornando-a mais severa e cá uma opinião bem particular sou a favor da prisão perpétua.
   Oremos, rezemos e lutemos mas não com armas e sim no campo das ideias, do diálogo aberto e franco para a construção de um mundo onde não exista o nacionalismo ao extremo, onde não existam fronteiras de intolerância e sim a junção de pessoas, de seres humanos, quer sejam brancos, negros, amarelos, azuis que em sua essência são apenas HUMANOS. Os executores são juízes, ou deuses para decidir quem deve morrer ou viver...E assim assistimos estarrecidos a "execução cirúrgica" promovidas por aqueles que acreditam estar cumprindo o seu dever.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

365 ( Um Brinde A Vida )


   Ontem comemorei mais uma PRIMAVERA... Ou mais um JANEIRO como diz meu velho pai. Não tenho a menor dúvidas que foi o e ainda está sendo de certa forma o ano mais difícil de minha vida. Quando digo foi e ainda está sendo me refiro a duas datas: A de ontem dia do meu aniversário, encerrou um ciclo e inicio outro mas dentro de um ciclo que não acabou ainda o ano de 2015.
   Ao longas destas primaveras passei por muitas coisas, momentos, delírios e tropeços, nada diferente do que muita gente passa creio...Basicamente ontem refleti sobre os últimos 365 dias...Sobre os sagrados dias que fizeram do fechamento deste ciclo ou desta etapa do presente chamado vida.       Timidamente celebrei com meus amigos mais próximos geograficamente, um bolo, um parabéns, um pequeno churrasco em casa, uma cerveja. Da mesma forma que celebrei junto aos que estão distantes e me mandaram mensagens ao longo do dia.
    A gratidão é enorme a todos que fizeram através de cada gesto, mensagem, de perderem um minuto do seu tempo para me dar os parabéns. Muito obrigado a todos que em pensamentos, mensagens, orações, sinal de fumaça não deixaram que o meu dia passasse em branco...BRANCO esta palavra tropeçou em minha mente...
   E é do branco que devo recomeçar...Tenho mais 365 em branco pela frente para preenche-los, posso reescrever, reinventar ou continuar a escrever as mesmas páginas. Se a bençãos dos 365 me forem concedidas novamente...Agradeci a Deus por ter me concedido mais um "janeiro", realmente não podemos deixar passar em branco, mesmo quando julgamos não ser o momento mais apropriado para comemorações, pois a vida é importante demais para que deixemos nossos problemas tirar esta grandeza. Sou grato por chegar até aqui com relativa saúde, pois sei que só não está melhor por negligência minha. A cada um é dado a responsabilidade de cuidar de sua própria, e não prometo mas pretendo ter uma vida mais saudável ( Xô Sedentarismo! ).
   Ainda que uma parte de mim sinta o gosto amargo das perdas sofridas, outra parte não se entrega e celebra as vitórias. Enquanto uma polui o rio a outra limpa a nascente. Seguir em frente é preciso prosseguir...É inútil ter certeza como diz um amigo meu! Não quero ficar preso a elas, e a única certeza que quero ter é a de tentar ser feliz...É o único pecado que não quero carregar. O de não tentar ser feliz, esse é o maior pecado que um ser humano pode cometer... Tenho muito caminho pela frente e muitos desafios a superar... Tentar esquecer as dores do passado ou aprender a conviver bem com elas... Saborear as vitórias oriundas de sacrifícios, somente assim se saboreia um vitória de verdade...Um brinde a vida, ao mistério da existência!
   Obrigado família, amigos, Meu Deus obrigado por me presentear com o final de uma etapa e a possibilidade de mais 365! Que eu possa ser melhor do que fui, que não perca a fé no amor e nas pessoas, e que eu consiga enxergar cada milimetro do sagrado que existe a cada 24 horas! Um Brinde as 365 sagradas possibilidades de refazer, repensar, reconstruir os meus passos....E Viver e não ter a vergonha de ser feliz como disse um poeta. Um beijo ao vento, a vasta pradaria, o silêncio dos inocentes, o rugido do leão, o cálice amargo da dor, o amor que consome, os olhos pequeninos da morena, a incerteza do coração, o beijo do vilão, a bela primavera.... Viva o EU, o TEU, o NOSSO! VIVA A VIDA!


domingo, 18 de outubro de 2015

PRELUDIO ( HOMO SAPIENSANDO )

   Ontem uma criança brincando com a sua imaginação, o carrinho feito de latas de sardinha era a diversão de uma criança saudável e que acreditava ser o senhor do tempo. Pois o tempo para uma criança não tem a mesma importância que para os adultos. O tempo é para a criança nada mais que uma magia, o tempero da fantasia que vive no coraçãozinho que não espera o amanhã tão distante, e faz do vento que balança os seus cabelos um motivo para sorrir e as gotas da água da chuva são como bolas de sabão em sua imaginação.
   Sem se dar conta da velocidade que os momentos passam, sem ter o medo do amanhã esta criança brinca em seu carrinho de rolimã. O carrinho de latas de sardinhas e rodinhas feitas de sandálias havaianas gastas já era. Já não atrai mais, na verdade já não interessa. Agora a criança quer é aventuras mais radicais, o carrinho de Rolimã desde a sua fabricação, a descer as ladeiras e correr o risco de uma manobra errada e ganhar alguns arranhões na "pintura", e cicatrizar com bom e velho Merthiolate.
   Ou arriscar os primeiros tombos no patins, skate, aqui começa o gosto pela aventura, a percepção natural de que algo mudou. Busca a adrenalina, a sensação dos super heróis do cinema. A vontade de voar como o Super Man, Imaginar se no Batmóvel. Esse período e de aventura e efervescência é o preludio da adolescência. Transformações hormonais e alterações de humor, incertezas e um monte de por quês? As paixões avassaladoras, o primeiro beijo, o sentir o sexo e a metamorfose continua.        Um dia acorda e percebe que uma rala barba se anuncia, embora já não tenha mais a inocência de antes, ou a menina que se tornou moça, uma mulher. Mas ainda preserva o desejo de ser super herói e "salvar a humanidade", "transformar o mundo". São os ideais de um jovem seduzido pelos heróis de sua infância e adolescência e que acredita ter a força que precisa para mudar o mundo dentro de si, e tudo que ele precisa é apenas acreditar e por em prática seus planos, e projetos para ser capaz de fazer tudo aquilo que ele quer.
   É forte, jovem, saudável e cheio de vontade de viver. Possui tudo que precisa e acredita que controla tudo, até mesmo seus impulsos, suas paixões, sua humanidade. Esse jovem ainda carrega dentro de si a criança que usava carrinhos de lata, se arranhou no rolimã, levou tombos de Skate, porém com um pouco mais de idade. Ele agora se dá conta disto e olha pra trás ainda sem se dar conta que ele cresceu, mas sabe que ja tem idade para ir ao cinema sozinho. E que mesmo que aparente um adolescente ele já pode mostrar todo orgulhoso ao segurança da boate a sua carteira de identidade.
   Cada vez mais ele quer mergulhar no universo humano, descobrir, misturar, experimentar, flertar com Deus e o Diabo...E sem deixar de acreditar na sua capacidade de ser feliz. Sem perder a sua criança interior... Um dia se torna um profissional, adquire mais responsabilidades, os sonhos já não tem mais a mesma importância. As cobranças começam a aparecer em níveis cada vez maiores... Bem Vindo ao mundo dos adultos! E ele descobre que o "mundo dos adultos", é muito chato. Demanda muitas responsabilidades, resultados, metas e uma série de coisas a fazer não sobra mais o tempo que sobrava há alguns anos atrás. Que as decepções, desilusões, dores e angústias também fazem parte da vida! ( nunca imaginava isso) E bate uma imensa vontade de voltar a ser de novo a criança que já foi um dia. A nostalgia grita em seu peito adulto, essa saudade bate forte, mas é preciso prosseguir...
   Não pode viver só neste mundo adulto, ele é sério demais, chato demais, deve haver um jeito de voltar a ser criança!!! Era muito melhor! E descobre que só é possível viver no mundo dos adultos se for capaz de manter viva a criança que só queria saber de brincar mesmo que sozinho, que conversava com seu amigo imaginário. Ou que brincava com os amiguinhos de "polícia e bandido" revezando claro pois todos queriam ser polícia, todos queriam ser os heróis. A criança que passava as tardes de verão construindo castelos de areia as margens das águas do mar, e que quando as ondas violentamente derrubavam seu castelo que dera tanto trabalho ele caia no riso e o refazia. Descobre que só será capaz de prosseguir senão deixar a criança dentro de si morrer.




sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Que A Paz Esteja Convosco Meu Amigo. ( Por quê Dói Tanto? )

   O príncipe Hassan encontrou na Princesa Alisha a grande razão para viver. É sempre muito perigoso encontrar em alguém a razão para viver... Mas não é fácil dizer isto ao príncipe Hassan. Ele é intenso demais para não se permitir se jogar de cabeça... A princesa Alisha a princípio estava um tanto arredia ao amor que batia em sua porta. As suas experiências anteriores não tinha sido das melhores, e nem tampouco as do príncipe que anseiava encontrar alguém que pudesse ser a sua "outra parte que estava perdida no mundo".
  Começaram a namorar e a cada dia ambos se completavam e o príncipe que já admirava a bela jovem mesmo antes do namoro estava radiante...Uma vez ele me disse:
- Sabe Oleg eu me sinto o homem mais feliz do mundo quando estou ao lado de Alisha. Quando estou com ela é como se o mundo fosse pefeito, como se fosse não! O meu mundo torna-se perfeito quando estou com ela. Sinto paz e uma imensa vontade de ser melhor a cada dia, sim Alisha me faz querer ser a cada dia um homem melhor...Quando estamos juntos não me falta mais nada, o meu mundo se completa. Estou muito feliz Oleg, não posso pedir mais nada ao criador.
   Confesso que invejei o príncipe naquele momento, porque das poucas vezes que me senti assim como um menino. Acho que é assim que nos sentimos quando amamos, uma "criança adulta". Quando acreditei que não precisa pedir mais nada ao criador tudo desmorou de uma forma que até hoje "não sei porquê".
   Sim o príncipe "sorria ao vento", qualquer pessoa que o visse percebia que aquele homem transbordava uma alegria, uma forma de enxergar a vida. Que só tinha uma explicação. O amor da princesa Alisha. Quando a princesa disse pela primeira vez que o amava, Hasan me contou que já se passava um tempo juntos e que a princesa com toda sua sinceridade dissera que ainda não estava preparada para dizer EU TE AMO novamente, pois ainda gostava do ex. Entretanto o grande dia chegara, e ela dissera ao príncipe que o amava, e que estava muito feliz. E o agradecera por não ter desistido do casal, por ter lutado por eles. E que a cada dia ela estava mais feliz... Para Hasan foi a melhor notícia que deveria ter acontecido. Era notório em todo o reino que ele nunca tivera tão feliz, "tão nas nuvens" quanto naquele momento. Qualquer cidadão no reino sabia o motivo daquela felicidade: Princesa Alisha.
   Hasan era um homem intenso, verdadeiro e que não tinha perdido a fé no amor, nas pessoas, e a esperança de que aonde existia amor verdadeiro qualquer barreira pudesse ser superada. Mas existem barreiras que nem mesmo o amor é capaz de superar. Como a barreira religiosa por exemplo. E entre Hasan e Alisha existia uma barreira religiosa, ambos eram de religiões diferentes, e tinham formas diferentes de adorar um mesmo Deus.
   Com o tempo pertencer a mesma religião de Alisha passou a ser uma condição para a manutenção da relação para Hasan. Que mesmo com certa resistência passou a considerar a ideia, em nome do amor que sentia por Alisha. Com tempo surgiram algumas brigas o que é normal, mas para Alisha não era. E assim o mesmo amor que ela dissera sentir um dia, disse já não sentir no outro e que a principal barreira entre os dois era a questão religiosa. E dissera a Hasan que o fim seria a melhor saída. Pobre Hasan lutou até as suas últimas forças se esgotarem para não permitir que o seu grande amor fosse embora. Que a sua razão de viver escapasse das suas mãos...
   E foi assim que todo o reino e eu vimos um homem perder a fé no amor, nas pessoas e na vida. Pobre Hasan ele "suicidou-se", mas não tirando a sua própria vida. O suicidio aconteceu no seu âmago...Onde está aquele homem que sorri como se estivesse iluminado por um sentimento inexplicável, que enxergava a vida sempre pelo seu lado positivo, que tinha fé nas pessoas, na vida e que jamais imaginou que a pessoa que dissera que o amara, e que estava feliz, ia dizer o contrário tão rápido...Ele desceu ao "vale das Sombras", ao" fundo do poço". Fazia pena ver a tristeza do prícipe, a falta de vontade de viver...Ele caiu numa tristeza profunda...E a sua vida não fazia o menor sentido, ele ficou perdido sem rumo... Hoje passado algum tempo ele tenta reconstruir a sua vida, mas nem de longe ele se parece com o homem que já foi um dia.
   Ontem ele me procurou e me fez as seguintes perguntas:
- Por quê é que dói tanto? Por quê é que depois de tanto tempo ainda sonho com ela? Por quê ainda tenho esperanças de que ela possa reconhecer o meu valor e voltar? Por quê quando a vejo meus olhos ainda se enchem de lágrimas e rogo ao criador uma oportunidade. Às vezes penso que estou enlouquecendo. Quando a vejo sinto uma tristeza angustiante e uma vontade de voltar no tempo... Por quê dói tanto.....? Por quê acreditei tanto que era amado?
   Não soube e não sei o que responder ao príncipe. E tampouco sei o porquê. Cada ser humano tem os seus próprios percalços, cada um de nós tem a sua própria caixa de Pândora. Talvez algum dia o príncipe Hasan volte a ser o que era, talvez nunca mais... Mas se a pessoa que amo não se vê em mim e tampouco eu na pessoa só sei que de nada vale a pena este amor...Mas quando sabemos o que vale e o que não vale a pena neste campo? E a pergunta do príncipe continua martelando em minha mémoria...Por quê dói tanto depois de tanto tempo? E por quê ele não conseguiu até hoje seguir em frente? Na minha humilde conclusão só posso crer que as maiores tristezas humanas estão relacionadas a desilusão amorosa para aqueles que acreditam no amor e são pessoas intensas...